O cheque especial funciona como aquele ditado “o barato que sai caro”. Se você está usando ou pretende usar ele, é importante entender o que é e como funciona.
E se você está endividado por conta do cheque especial, saiba que existem formas de sair dele e evitar o acúmulo dos juros. Neste post damos dicas de como se livrar dele e ter maior controle sobre suas finanças.
O cheque especial é um limite de crédito pré-aprovado disponível na sua conta a qualquer momento, sem precisar de solicitação.
Ele é uma espécie de empréstimo de emergência, justamente por não depender de análises de crédito para ser aprovado. Ele também pode ser chamado de LIS ou cheque azul.
O cheque especial serve para ter dinheiro de forma rápida em casos de emergência e por um período curto. Você pode precisar dele quando o saldo na conta é insuficiente para pagar uma conta. Assim como quando a fatura do cartão de crédito está alta ou aconteceu algum outro imprevisto.
O cheque especial é um tipo de crédito que não precisa passar por análises do banco para ser aprovado. O seu limite é definido considerando informações simples suas, como:
Por esses motivos, o cheque especial funciona diferente de outros créditos. Você não precisa solicitar ele e não receberá nenhum contrato referente a taxas e encargos do serviço.
Entretanto, como em qualquer empréstimo, serão cobrados juros e outras taxas. A diferença é que o valor que você deve é corrigido diariamente com juros, correção monetária e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A cobrança é realizada pelo banco diretamente na conta do cliente. Por exemplo, imagine que você gastou R$200 no cheque especial e depois recebeu R$250 na sua conta. R$200 mais o valor dos juros vão “sumir”, te deixando com menos de R$50.
E é aqui que mora o risco de você usar esse crédito pré-aprovado sem planejamento e não conseguir sair dele.
O valor pré-aprovado do cheque especial é disponibilizado para você continuar consumindo depois que seu saldo zerar. Você pode sacar ele facilmente no caixa eletrônico ou usar ele no seu aplicativo do banco para fazer pagamentos e transferências.
Somente em emergências, nas quais você precisa de dinheiro rápido e fácil. Não recomendamos o uso contínuo ou por muito tempo. Lembre-se que o valor a ser pago de volta aumenta a cada dia e os juros são altos. O cheque especial pode sair do seu controle facilmente, portanto use ele com moderação.
Está na dúvida se usou o cheque especial? É só verificar o extrato bancário da sua conta-corrente. Nele você pode visualizar seu saldo e limite de crédito pré-aprovado.
Caso você esteja usando ele, seu saldo estará negativo, já que você gastou além do que realmente tinha na sua conta. Quando entrar dinheiro na sua conta, esse valor negativo será descontado.
Desde janeiro de 2020, o Banco Central definiu uma taxa de juros máxima de 8% ao mês e 150% ao ano para o cheque especial. Apesar de serem juros altos, saiba que as taxas eram maiores que 300% ao ano e vêm caindo e se tornando menos abusivas.
Cada instituição financeira determina a sua taxa de juros, por isso você deve conferir qual é a sua com o banco ou na lista do Banco Central. E não se esqueça que essa taxa não inclui o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que será cobrado.
Os juros do cheque especial são altos porque o banco não tem garantia de que você irá pagar. Ou seja, ele não tem como saber quando e se entrará dinheiro na sua conta.
Como o limite é pré-aprovado e você não precisa solicitar o uso, não é feita a análise de crédito para saber o seu risco de inadimplência. Com isso, o banco se previne cobrando juros altos.
O cheque especial usa juros compostos e o cálculo é feito diariamente. Ou seja, todo dia a taxa de juros é aplicada sobre o valor inicial mais os juros acumulados. E é por isso que a brincadeira pode sair cara.
Precisou usar e quer saber quanto você terá que pagar de juros? Normalmente os aplicativos e sites de bancos oferecem uma calculadora, basta inserir os valores.
Entretanto, um cálculo aproximado e simples no qual não é preciso saber muita matemática é o seguinte:
Taxa de juros mensal (% a.m.) ÷ dias úteis do mês = taxa de juros diária (% a.d.)
Taxa de juros diária (% a.d.) x tempo de uso (dias) x saldo utilizado (R$) = juros acumulados (R$)
Que tal um exemplo para ficar mais claro?
Imagine que você usou R$ 200 no cheque especial por 15 dias a uma taxa de juros de 8% a.m. Vamos considerar um mês com 20 dias úteis, certo?
A taxa de juros diária será:
8 ÷ 20 = 0,4% a.d.
Os juros acumulados em 15 dias de uso serão:
0,4 % x 15 x 200 = R$ 12
Desde 2018 surgiram novas regras para que as pessoas tenham consciência de que entraram no cheque especial, além de evitar surpresas com cobranças automáticas e taxas de juros abusivas. Confira as principais mudanças:
Por exemplo, se você tem R$ 5.000 de limite, seriam cobrados 0,25% de R$4.500, resultando em R$ 11,25 por mês.
As consequências de não pagar o cheque especial são parecidas com as de outros tipos de crédito. Além de acumular juros altos, o seu nome pode ser negativado e inscrito nas empresas de proteção ao crédito. Isso dificulta seu acesso a novos cartões de crédito, financiamentos e empréstimos.
Depois de 5 anos inadimplente, a dívida prescreve, o que conhecemos como caducar. Mas a dívida do cheque especial não deixa de existir. Ela apenas será retirada dos órgãos de proteção ao crédito.
O banco ainda pode cobrar ela de forma extrajudicial e a dívida não paga vai constar no seu histórico financeiro. Diferente da pontuação do score, seu nome não fica negativado por conta dessa informação no histórico, mas também pode ser avaliada na hora que você solicitar crédito.
Usou o cheque especial e não consegue mais sair dele por conta dos juros? Mantenha a calma que é possível se livrar dele e colocar a sua conta bancária em dia. Confira nossas dicas!
Se você perceber que não será possível quitar a dívida, procure negociar ela. Você pode fazer isso diretamente no banco ou se informar se alguma empresa terceira, como a QuiteJá, pode negociar seu cheque especial com descontos e condições de pagamento melhores.
Dessa forma, você faz acordos muito vantajosos, já que o banco precisa que você pague sua dívida. Mas tome cuidado para não se comprometer com valores à vista ou parcelas que você não poderá pagar. Planeje-se antes de negociar. E qualquer coisa, é só acessar o site da QuiteJá ou entrar em contato com a gente!
O cheque especial não é a sua única opção. Seja para sair dele ou não entrar nele de novo, avalie outras modalidades de crédito, como o empréstimo pessoal. Ele tem taxas de juros muito menores, além de um prazo de pagamento maior. Você troca uma dívida cara por uma mais barata. E sim, é possível conseguir um empréstimo mesmo negativado, descubra como neste outro post.
Ter um limite de crédito pré-aprovado pronto para ser utilizado pode ser uma facilidade, mas também uma grande armadilha. Para conseguir sair da dívida do cheque especial, uma opção é pedir a redução do seu limite ao banco. Lembre-se que se você ficar com um limite de até R$ 500, você ainda fica livre de possíveis tarifas mensais.
Uma forma mais definitiva de sair do cheque especial é pedindo o cancelamento do serviço ao banco. Entretanto, para você não ter nenhuma surpresa desagradável, é importante pedir um documento protocolado, com carimbo, data e assinatura de quem recebeu seu pedido.
Além disso, recomendamos guardar o extrato bancário que comprova o cancelamento por no mínimo 5 anos.
Essa é a mais óbvia e eficiente forma de sair do cheque especial. Controlar o que você ganha e o que você gasta é essencial para não precisar de crédito e não correr o risco de ficar endividado.
A QuiteJá tem um conteúdo que pode ajudar nessa jornada de planejamento financeiro, confira!
O cheque especial pode salvar você do aperto, mas agora você sabe direitinho como ele funciona e como não cair no endividamento com ele. Lembre-se de usá-lo com moderação e só em casos de emergência. Se puder, opte por modalidades de crédito com juros menores. E claro, planeje seu orçamento para não precisar de dinheiro extra.
Caso a dívida seja inevitável, saiba que a QuiteJá está aqui para te ajudar, é só nos chamar!
Estou precisando de uma informação sobre o valor cobrado da taxa de juros do cheque especial durante os últimos 10 anos.
Voces poderiam me ajudar?
Oi, Amadeu!
Infelizmente, sobre esse assunto não conseguimos ajudá-lo. No entanto, recomendamos que caso você esteja se sentindo lesado procure o PROCON de sua cidade ou um advogado de sua confiança.