Os juros estão nos empréstimos, nos financiamentos, na poupança, nas compras parceladas, no cartão de crédito e em diversos outros produtos e serviços do nosso dia a dia.
Muita gente, no entanto, ainda não entende o seu funcionamento e acaba se complicando com taxas que começam pequenas, mas se perdem de vista com o tempo.
Saber a diferença entre juros simples e compostos, e como eles incidem sobre o dinheiro, evita justamente que esse tipo de situação ocorra, dando muito mais segurança aos consumidores. E é sobre esses assuntos que trataremos neste artigo.
Quando uma pessoa empresta dinheiro a outra, ela acaba correndo uma série de riscos. Além do risco de ela não receber o dinheiro de volta, há o risco de ver seu dinheiro ser desvalorizado, ainda mais em tempos de inflação crescente.
Se não optasse por emprestar o dinheiro, talvez ela pudesse investi-lo em uma atividade que desse um retorno mais vantajoso, por exemplo.
Para compensar esses riscos é que existem os juros. Eles são uma parcela, normalmente calculada como uma porcentagem, acrescida a uma quantia de dinheiro que foi passada de um agente econômico a outro, com o compromisso de ser devolvida.
Ou seja, em toda operação de crédito normalmente há cobrança de juros, para que ela se torne mais vantajosa para o credor. Isso inclui empréstimos, financiamentos, compras parceladas, compras no cartão de crédito, cheque especial e investimentos.
Os juros, no entanto, podem se diferenciar em juros simples e compostos. A seguir explicamos as características de cada um deles.
Os juros simples, como indica o nome, têm um funcionamento mais simples. Trata-se de um valor fixo calculado sobre o capital (o dinheiro) que foi emprestado ou investido e deve ser retornado. Vejamos um exemplo prático do funcionamento dos juros simples.
Um consumidor pega um empréstimo pessoal de R$3.000, a ser pago em 5 parcelas mensais, com juros simples de 5% ao mês. Isso significa que, a cada mês, serão pagos juros equivalentes a 5% do capital inicial, ou seja, R$150.
A parcela mensal será, portanto, de R$600 (R$3.000 dividido por 5) mais os R$150 de juros, totalizando R$750.
Os juros simples são mais utilizados em compras parceladas e créditos de curto prazo.
Os juros compostos, por outro lado, têm um funcionamento um pouco mais complexo. Eles incidem não apenas sobre o capital original emprestado ou investido.
Incidem também sobre os juros acrescidos a cada período, e é por essa razão que também são chamados de juros sobre juros. Voltemos ao exemplo anterior, mas agora com juros compostos em vez de simples.
O consumidor pega um empréstimo de R$3.000, a ser pago em 5 parcelas mensais, com juros compostos de 5% ao mês. No primeiro mês, os juros acabam funcionando como juros simples.
Ou seja, no primeiro mês paga-se o capital inicial dividido por 5 mais juros de 5%, o que dá os mesmos R$750 do exemplo anterior.
Já no segundo mês, os juros são calculados sobre o capital inicial já acrescido dos juros do primeiro mês, ficando em R$ 167,50 e resultando numa parcela de R$ 757,50.
No terceiro, é realizada a mesma operação, ou seja, considera-se o capital inicial acrescido dos juros do primeiro e do segundo mês, calcula-se 5% disso e se chega aos juros que devem ser acrescidos à terceira parcela.
E assim por diante, até a quinta. Ao fim da negociação, o consumidor terá pago R$3828,84, sendo R$828,84 de juros.
Como você pode ver, os juros compostos tendem a render mais que os juros simples ao longo do negócio. Isso significa que eles são mais vantajosos para quem empresta ou investe e desvantajosos para quem pega o crédito.
Saiba mais: Guia do empréstimo – entenda como funciona
Se você ainda não conseguiu entender o funcionamento dos juros simples e compostos, as fórmulas que ensinaremos a seguir serão bem úteis. Elas são bem fáceis de utilizar para chegar ao valor dos juros e do montante de uma operação de crédito.
A fórmula para calcular os juros simples é:
Nela, o J significa os juros a serem pagos ao fim do empréstimo, o C representa o capital inicial (o crédito), o i representa a taxa de juros da parcela (expressa em porcentagem) e o t simboliza o tempo em que o empréstimo será pago.
Vamos aplicá-la naquele exemplo inicial. Ou seja, um empréstimo com crédito inicial (C) de R$ 3.000, taxa de juros simples (i) de 5% ao mês e prazo para pagar (t) de 5 meses. Vamos colocar esses valores na fórmula, para chegar no total de juros (J):
J = 3000 * 0,05 * 5
J = 750
Assim como antes, chegamos à conclusão de que o cliente desse empréstimo pagará R$750 de juros.
Já a fórmula para calcular juros compostos é:
Nessa fórmula, o M significa montante, ou seja, o valor total pago em todo o empréstimo. Já o t, nesse caso, indica que será realizada uma potencialização (por exemplo, 2 elevado ao quadrado, 2 elevado ao cubo, etc.).
Vamos aplicá-la ao nosso exemplo anterior com juros compostos. Ou seja, temos um empréstimo com crédito inicial (C) de R$3.000, taxa de juros compostos (i) de 5% ao mês e prazo para pagar (t) de 5 meses. Inserindo os valores na fórmula:
M = 3.000(1+0,05)5
Primeiro fazemos a soma:
M = 3.000(1,05)5
Em seguida, elevamos à quinta potência o que está dentro do parênteses:
M = 3.000(1,2762815625)
Por fim, fazemos a multiplicação:
M = 3.828,34
E chegamos ao montante do empréstimo, já incluindo os juros a serem pagos.
Entender como funcionam os juros do seu crédito ou investimento garante maior segurança contra possíveis erros ou mesmo golpes.
Especialmente no caso dos juros compostos, o cálculo acaba sendo complicado para a maior parte dos consumidores, que não entendem como funciona esse tipo de taxa e acabam se perdendo em dívidas muito maiores que o esperado.
Nossa dica, portanto, é sempre conferir a taxa de juros que será cobrada no seu crédito e fazer você mesmo o cálculo para entender quanto ficarão as parcelas e o montante total. Dessa forma, você não será pego de surpresa e poderá se planejar adequadamente para pagar o empréstimo.
Além disso, o entendimento sobre o funcionamento dos juros pode te auxiliar em momentos de aperto financeiro. Analisando as taxas de juros é possível identificar, por exemplo, o melhor tipo de empréstimo para uma urgência. Ou também entender como funcionam as taxas cobradas no cartão de crédito.
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