Não pagar pensão alimentícia: quais as consequências e o que fazer

12/09/2025

6 min. de leitura

Pensão alimentícia: o que acontece se não for paga

Atualizado em 12/09/2025

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A pensão alimentícia é um dos temas mais delicados do Direito de Família. Ela representa muito mais do que uma obrigação financeira, é um compromisso com o bem-estar e a dignidade de quem depende desse recurso para viver. 

Embora seja uma responsabilidade legal, muitas vezes alguns pais ou ex-companheiros acabam atrasando ou deixando de pagar a pensão. Então surge a dúvida: o que acontece quando isso ocorre? 

Além de trazer transtornos pessoais e financeiros, o não pagamento pode gerar consequências legais sérias, como processos judiciais, restrição do nome em órgãos de crédito e até mesmo prisão. 

Neste conteúdo você vai entender como funciona a pensão alimentícia, quem tem direito, o que acontece se não for paga e como agir em casos de atraso. Vamos lá? 

Pensão alimentícia: o que é 

Embora a expressão dê a entender que a pensão sirva apenas para alimentação, na verdade, o conceito é muito mais amplo. De acordo com o Código Civil, trata-se de um valor pago periodicamente para garantir o sustento básico de quem não consegue se manter sozinho. 

Esse pagamento pode ser definido por acordo (homologado pela Justiça) ou por decisão judicial, sempre observando dois critérios: a necessidade de quem recebe e a possibilidade de quem paga. 

Quem tem direito? 

Não são apenas os filhos menores que podem receber pensão alimentícia. A lei prevê outros casos em que esse direito pode ser solicitado. Separamos alguns dos principais, veja: 

  • Filhos menores de 18 anos, já que dependem financeiramente dos pais; 
  • Filhos maiores que ainda estudam e/ou não têm condições de se sustentar; 
  • Mulheres grávidas, que podem solicitar os chamados alimentos gravídicos para custear despesas do pré-natal; 
  • Ex-cônjuges ou ex-companheiros, desde que provem a dependência financeira. 

Ou seja: a pensão vai além da ideia de “ajuda para crianças” e pode ser aplicada a diferentes contextos de dependência econômica. 

O que está incluso na pensão alimentícia? 

Aqui é importante reforçar: pensão alimentícia não se resume a colocar comida no prato. O valor pago deve garantir uma vida minimamente digna, cobrindo despesas básicas do dia a dia. 

Na prática, os custos que podem estar incluídos são: 

  • Alimentação e vestuário; 
  • Moradia (aluguel, contas de luz, água, condomínio); 
  • Educação (mensalidade, material escolar, transporte); 
  • Saúde (convênio, medicamentos, consultas médicas); 
  • Lazer e cultura compatível com a realidade (atividades como natação, futebol, cinema, teatro etc.) 

Assim, o objetivo é oferecer ao dependente, condições semelhantes às que teria caso morasse com o responsável. 

Leia mais: Bolsa Família: quem tem nome sujo pode receber? 

Saiba tudo sobre pensão alimentícia | QuiteJá

Como funciona a pensão alimentícia 

As “regras”, e modo que a pensão alimentícia funciona varia conforme o tipo de relação entre o pagador e beneficiário. Confira a seguir os principais casos: 

1. Para filhos 

Esse é o caso mais comum. Normalmente, o valor é definido conforme a renda do responsável pagador, podendo ser um percentual do salário ou um valor fixo. Sempre se busca equilibrar a necessidade do filho e a possibilidade do pai ou mãe que paga. 

Em casos que não é possível o pagamento por parte do genitor, ele fica encarregado aos avós (parentesco ascendente). 

2. Para mulheres grávidas 

Durante a gestação, a mãe pode solicitar os alimentos gravídicos, que cobrem desde consultas médicas até suplementos alimentares. A ideia é proteger tanto a gestante quanto o bebê. 

3. Para ex-cônjuges 

Em alguns casos, quando um dos parceiros não consegue se sustentar sozinho logo após a separação, pode ser determinada a pensão temporária. Isso costuma ocorrer, por exemplo, quando a pessoa estava fora do mercado de trabalho e depende do tempo para se recolocar. 

O que acontece se a pensão alimentícia não for paga? 

Deixar de pagar pensão alimentícia não é apenas descumprir uma decisão judicial. É também violar um direito fundamental de quem depende desse valor. Por isso, a lei brasileira prevê medidas rigorosas contra esse tipo de dívida

Entre as principais consequências estão: 

Cobrança judicial 

O beneficiário pode acionar a Justiça para cobrar os valores atrasados. O juiz intimará o devedor, que terá prazo para quitar a dívida ou apresentar defesa. 

Prisão civil 

Esse é um dos pontos mais conhecidos (e temidos). O devedor pode ser preso por até 3 meses, em regime fechado, caso não quite a dívida referente às últimas três parcelas. Vale lembrar que a prisão não extingue a obrigação: mesmo após cumprir a pena, a dívida continua existindo. 

Penhora de bens e salário 

Se o pagamento não for feito, a Justiça pode autorizar a penhora de bens como carro, imóvel ou dinheiro em conta bancária. Parte do salário também pode ser bloqueada para garantir o sustento do beneficiário. 

Protesto em cartório e nome negativado 

O não pagamento pode levar ao protesto da dívida em cartório, resultando na negativação do CPF do devedor. Isso dificulta o acesso a crédito, financiamentos e até mesmo cartões. 

Quanto tempo a pensão alimentícia pode atrasar? 

A resposta é simples: nenhum. Qualquer parcela em atraso já gera uma dívida que pode ser cobrada judicialmente. Quanto mais tempo passar, maiores serão as consequências. 

Ou seja: atrasar alguns meses já é suficiente para que a Justiça adote medidas como prisão e penhora

Minha pensão alimentícia está atrasada! Como cobrar? 

Quando a pensão não é paga, o caminho é recorrer à Justiça. Esse processo pode parecer burocrático, mas é a maneira mais eficaz de garantir o direito. 

Solicitar judicialmente 

O primeiro passo é reunir comprovantes do atraso, e em seguida, procurar um advogado particular ou recorrer à Defensoria Pública. O pedido de execução da dívida será feito ao juiz, que notificará o devedor. 

Pensão atrasada após 2 anos, pode cobrar? 

Sim. O beneficiário pode cobrar as parcelas de pensão em atraso a qualquer momento, mas há um limite: quando o filho completa 18 anos, só é possível cobrar os valores dos últimos 2 anos anteriores

Por isso, é importante agir o quanto antes para não correr o risco de perder o direito de cobrar valores mais antigos. 

Como evitar problemas com a pensão alimentícia 

Embora o tema seja delicado, é possível prevenir situações de conflito. Algumas medidas simples podem evitar problemas futuros, como: 

  • Negociar um valor compatível com a realidade financeira do pagador; 
  • Solicitar revisão judicial caso haja mudança de renda; 
  • Formalizar acordos sempre com homologação na Justiça; 
  • Jamais interromper o pagamento sem autorização judicial. 

Essas práticas garantem segurança para ambas as partes e ajudam a manter o compromisso em dia. 

Sobre a QuiteJá 

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