Após o PIX, o Banco Central agora está em fase de implementação de mais uma novidade. Prometendo chacoalhar as instituições financeiras e ser benéfica para os usuários, o Open Banking pode mudar totalmente sua relação com as operações bancárias.
Nós sabemos, é comum que desconfianças surjam com novas opções como essa. Por isso, que tal desvendar todos os mistérios envolvendo o Open Banking? Neste post você vai descobrir tudo o que precisa saber para utilizar (ou não) este novo serviço.
O Open Banking (ou banco aberto), é um conjunto de novas tecnologias e regras que tem como propósito permitir o compartilhamento de dados e serviços de clientes entre instituições financeiras.
De forma simplificada, com o Open Banking os dados financeiros deixam de pertencer aos bancos e passam a pertencer aos usuários. Isso é válido tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.
Sabe quando você tem um longo histórico financeiro em um banco? Esses dados relacionados a pagamentos, perfil de consumo, salário e investimentos poderão ser compartilhados com outra instituição financeira.
Assim, será possível pesquisar e até mesmo adquirir novos serviços em outras instituições com base nesse histórico compartilhado.
Outro exemplo: precisa de um empréstimo, mas seu banco atual não lhe ofereceu uma boa oferta? Com o Open Banking será possível buscar opções em outras instituições, compartilhar seu histórico financeiro e conseguir melhores condições de negociação.
Esse compartilhamento de dados e serviços vai acontecer por meio da integração das instituições financeiras através de seus sistemas. Aqui é importante frisar que os dados só serão compartilhados com as instituições caso os usuários permitam.
Nenhum participante do Open Banking poderá acessar informações de consumidores sem a devida autorização. A autorização para acesso aos dados terá validade de, no máximo, 12 meses. Porém, é possível alterá-la ou revogá-la a qualquer momento.
Talvez você esteja se perguntando porque todas essas mudanças estão acontecendo. Fatores como o novo comportamento dos consumidores, o avanço expressivo das fintechs e a baixa competitividade entre os bancos promoveu a necessidade de novas formas de movimentação no setor financeiro.
Como o Open Banking ainda está em processo de implementação, as formas de operação estão sendo reveladas aos poucos. Porém, a partir da segunda fase de execução, o Open Banking vai utilizar as seguintes informações dos usuários que consentirem com o compartilhamento:
Com isso, o cliente de um banco poderá utilizar seu histórico para realizar a aquisição de serviços e produtos de outra instituição, por exemplo. O que pode ser bastante positivo, já que a burocracia será menor e a agilidade nos processos maior.
O Open Banking não terá nenhum tipo de custo para o consumidor final, desta forma não será necessário desembolsar nenhuma quantia ao solicitar o compartilhamento de dados. Porém, vale lembrar que caso serviços bancários adicionais sejam contratados, aí sim cobranças poderão ser realizadas.
Talvez você tenha chegado até aqui com um “pé atrás”, pensando se realmente dá para confiar no Open Banking. A resposta para essa pergunta é sim! O Open Banking foi criado e é gerido pelo Banco Central do Brasil.
Já existem normas, legislações, regras e boas práticas impostas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central que regulamentam as atividades e garantem a proteção dos dados envolvidos. A fiscalização já existe e é imposta para que todos os participantes sigam as normas à risca.
O cronograma de implantação do Open Banking já está definido. Confira a seguir as 4 etapas que precedem o funcionamento total dessa nova tecnologia:
As empresas participantes são bancos, instituições financeiras, instituições de pagamento, fintechs e demais organizações autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Grandes instituições financeiras são obrigadas a participar, já as empresas menores podem escolher se participam ou não.
DICA: no site oficial do Open Banking é possível conferir a lista completa de todas as instituições participantes.
O Cadastro Positivo é um registro de todas as contas pagas, antes do vencimento, por pessoas físicas e jurídicas. Atualmente, esse registro é repassado aos birô de crédito e a partir disso calcula-se o risco de inadimplência de uma pessoa ou empresa.
Os pagamentos em dia vão gerando pontos, que podem chegar de 0 a 1000. Esse tipo de pontuação foi criado em 2011 com a Lei 12.414. Com esse escore, pessoas e empresas podem ser consideradas “bons pagadores”.
Pois bem, a princípio, Cadastro Positivo e Open Banking nada têm em comum. Porém, o Open Banking vai também exercer funções parecidas com as do Cadastro Positivo. Parece confuso? A gente explica!
Após a segunda fase do Open Banking, as instituições financeiras poderão compartilhar informações cadastrais e o histórico de transações realizadas por seus clientes. A expectativa é a de que essas informações alimentem o mercado de crédito.
Isso significa que com o Open Banking, as instituições financeiras poderão criar seus próprios escores. Isso deve facilitar a busca por financiamentos e a concessão de crédito.
Primeiramente, vamos entender o que significa API. A sigla API é derivada de Application Programming Interface, em português, significa Interface de Programação de Aplicativos. De forma sucinta, a API é um conjunto de normas que, através de padrões e protocolos, torna a comunicação entre plataformas possível.
Para exemplificar e tornar o entendimento mais fácil, vamos usar um exemplo. Você já precisou se cadastrar em um site e para isso a opção de fazer o cadastramento através de uma rede social apareceu? Pois bem, a API possibilita exatamente isso.
A APIs são consideradas pontes entre sites e aplicativos. E é esse papel que a API vai desempenhar dentro do Open Banking. Assim que o Open Banking entrar em funcionamento pleno, as instituições poderão começar a desenvolver produtos e serviços baseadas na troca de dados que será possibilitada.
Ainda temos algumas etapas a serem cumpridas até que o Open Banking esteja funcionando plenamente aqui no Brasil. Agora é importante ficar de olho nos próximos capítulos para decidir participar ou não dessa nova tecnologia.
Os benefícios são promissores e há a proposta de maior autonomia para os consumidores. Com base em todas essas informações, conte pra gente, o que você pensa sobre tudo isso? Vai correr para fazer parte do Open Banking ou vai esperar para utilizá-lo mais para frente?